Felipe Carvalho é um desses nomes discretos, mas de produção profícua e inquieta. O artista, que tem cerca de 65 anos de produção visual, nasceu no Rio de Janeiro e desde 1960 vive e trabalha em Brasília, espaço que certamente o inspira. Em um diálogo inicial com o desenho, e a pintura, possui uma trajetória particular: ainda criança foi aluno de Georgina de Albuquerque, ex-diretora da Escola Nacional de Belas Artes, ao vir para a Capital, aprendeu com nomes como Dionísio Del Santo e Rubem Valentim em seu ateliê livre. Sempre próximo das artes, aplicou seus conhecimentos à sua prática profissional, nas artes gráficas. Sem abandonar a produção, participou de diversas mostras documentais das artes visuais da capital brasileira, entre elas o I Documento da Arte Contemporânea do Distrito Federal em 1978; o IV Documento de arte contemporânea do centro-oeste em 1982; Salão de Artes Plásticas de Brasília de 1986 e Arte Mostra Brasil. 

De lá pra cá, sua produção continua. Se desenvolve em uma pesquisa de experimentação múltipla, passando por vitrais, esculturas, desenho e pintura. Nesta última mídia, que sempre o acompanhou, desenvolve-se cada vez mais. Contaminado por referências modernas, nacionais e internacionais, Felipe produz próximo ao abstracionismo lírico com toques geométricos, um possível reflexo da ortogonalidade brasiliense, de sua experiência com diagramação e editoração, e principalmente, de uma inquietude gestual. Se interessa por uma prática expressiva, mas ainda assim metódica, onde valoriza a impressão do movimento, seu registro agitado em sua representação visual.

Em seu trabalho, desorganiza a ordem, numa entropia calculada. Retorna ao equilíbrio, desequilibra se repetindo. Sua prática é constante, diária, num exercício de vida. Variada, muda de mídia, de suporte, de resultado, sem se perder em devaneios. Reunir toda a vastidão de sua obra é trabalho intenso e vasto.

Deixamos as ontologias pra depois. Apesar da longa e rica trajetória, seu trabalho segue pulsando e atual.

Síntese visa a recuperação sistemática de parte dessa vasta produção, reapresentando ao público brasiliense um nome com anos de trajetória silenciosa.

Dada a pluralidade de seu trabalho, o recorte apresentado se constroi a partir de sua produção mais recente, que carrega em si os anos de prática e estudo sintético. 

Ficha técnica: 
Produção Executiva Nina Ricardo • Curadoria Arthur Gomes Barbosa • Expografia Arthur Gomes Barbosa e Nina Ricardo • Mídias Sociais Gabriela Cunha • Design Mateus Meschick • Assessoria de Imprensa Ulisses de Freitas • Iluminação e Montagem Jó Calipoteo • Pintura Gregório Alexandre de Souza • Fotografia e Vídeo Estúdio 7um13 Jean Peixoto • Sinalização e Plotagem Artes Visuais – comunicação visual • Mediação  Adriana Teixeira