A Casa Aerada é um espaço independente dedicado à arte contemporânea, situado no coração do Varjão, em Brasília. Fundada por Andreza Barbosa e Miguel Simão, artistas e educadores com trajetória consolidada nas artes visuais do Distrito Federal, a Casa surgiu como uma proposta de respiro e criação no território periférico, promovendo encontros entre arte, natureza e comunidade.
Recém-ampliada, a Casa Aerada agora conta com dois espaços expositivos voltados a mostras de arte contemporânea e projetos experimentais. Além disso, abriga três ateliês ativos — destinados à produção artística em diversas linguagens —, dois jardins abertos à contemplação e à convivência, e um orquidário que integra a vocação do espaço para o cuidado e a diversidade das formas de vida.
Mais do que um centro de exposições, a Casa Aerada é um lugar de escuta e trocas, onde se cultivam processos criativos, ações formativas e projetos de arte ligados ao território. Com entrada livre e programação contínua, o espaço participa de iniciativas colaborativas como o circuito BSB Plano das Artes, fortalecendo a presença das artes visuais na cena cultural do Distrito Federal.
A Casa Aerada está aberta ao público e convida artistas, educadores, estudantes e curiosos a compartilharem experiências e ideias que ampliem o sentido de arte como convivência e transformação.
Exposições
Miguel Simão é uma figura ímpar na paisagem artística e cultural de Brasília — um escultor, desenhista, joalheiro, ferreiro e cronista cuja obra transita entre a matéria bruta e o pensamento poético, entre a memória e a invenção.
Graduado em Pintura pela Universidade de Brasília em 1991, tornou-se professor de Escultura no Instituto de Artes da mesma instituição, onde não apenas ensinou, mas também semeou ideias e inquietações. Criador da Galeria Espaço Piloto e do projeto pedagógico “Escultura para o Espaço Público”.
Mas seu gesto mais radical talvez tenha sido a criação, ao lado da companheira e também artista Andreza Barbosa, da Casa Aerada Varjão, um espaço cultural com galerias, ateliês e pulsação coletiva. Fundada em 2021, logo após o fim da pandemia da COVID-19, a Casa surgiu como resposta ao isolamento, como uma fresta arejada em tempos de clausura. Ali, arte e afeto se entrelaçam, em eventos, exposições, encontros e experimentações.
Miguel transita com igual fluência entre o aço e a palavra. Seus textos memorialistas e crônicas carregam a mesma precisão com que molda a pedra ou o ferro, revelando um narrador generoso, irônico e atento às dobras da vida cotidiana. É também alguém profundamente ligado à terra: cultiva árvores nativas do cerrado e enfrenta, com coragem e serenidade, os desafios da vida longe da cidade.
Mais que um artista, Miguel Simão é um agente de reencantamento do mundo — seja forjando esculturas, plantando mudas, acolhendo jovens artistas ou esculpindo a memória em palavras. Sua trajetória é uma confluência rara entre rigor técnico, imaginação poética e compromisso com o coletivo.
Andreza Barbosa é mestre em educação pela Universidade de Brasília com pós-Graduação Lato Sensu em História da Arte e Arquitetura no Brasil pela Pontifícia Universidade Católica – PUC/RJ e graduação em Educação Artística pela Faculdade de Artes/Fundação Brasileira de Teatro Dulcina de Morais. Tem como parte de sua formação os cursos e oficinas de arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage-RJ.
Professora na Secretaria do Estado de Educação do DF-SEEDF desde 1998 ministrou aos longo dos anos oficinas de Artes Visuais para estudantes da Educação Básica, trabalhou na elaboração de políticas públicas específicas para a arte educação e para educação integral e, em projetos para implementação de Escolas Parque no DF.
Participou da elaboração de publicações recentes da SEEDF, de módulo do curso à distância sobre Arte e Educação Patrimonial/ IPHAN-DF e, desenvolveu cursos para professores junto à Oficina Pedagógica- EAPE.
Atualmente, realiza o trabalho docente em Arte com adolescentes no Centro de Ensino Médio da Asa Norte – CEAN e segue a sua pesquisa relacionada à Arte e Cultura na cidade.
Nina Ricardo Dias da Costa é mestre em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB), onde integrou a linha de pesquisa em Teoria e História da Arte. Sua dissertação investiga o conceito de habitus nas representações da Última Ceia, com base na tradição iconográfica panofskiana. É bacharela em Teoria, Crítica e História da Arte também pela UnB (2013–2017), onde desenvolveu pesquisa de conclusão de curso sobre as naturezas-mortas do artista norte-americano Raphaelle Peale. Durante a graduação, participou de projetos de iniciação científica voltados à historiografia da arte, literatura artística e cultura visual, integrando os projetos “Genealogias da Teoria, Crítica e História da Arte” (2014–2015) e “Textos Histórias e Visualidades” (2015–2016).
Desde 2021, Nina atua como produtora na Casa Aerada Varjão, espaço autônomo de arte contemporânea fundado no Varjão, em Brasília. É responsável pela produção executiva das exposições, eventos e intervenções artísticas do espaço, atuando em colaboração com artistas, curadores e parceiros em todas as etapas dos projetos — da concepção à realização. Também supervisiona montagem, comunicação e atendimento ao público, contribuindo para a programação e a curadoria das mostras. Participou da produção de exposições como Teoria da Paisagem (2023) e Conversa Gravada (2024), fortalecendo a Casa como polo ativo de criação, pesquisa e circulação das artes visuais no Distrito Federal.